Um mercado de trabalho em mudança
A pandemia veio acelerar algumas mudanças há muito esperadas no mercado de trabalho. Vivemos hoje uma nova realidade que trouxe consigo novas necessidades e exigiu uma grande capacidade de adaptação por parte das empresas.
Naturalmente, esta situação levou também as empresas a procurar novas competências nos profissionais como resposta a esta mudança. O digital, remoto e a tecnologia passaram a ser um conceito imperativo para que as empresas pudessem continuar o seu caminho e a sua relação com os cliente/consumidores.
De acordo com dados do último Guia do Mercado Laboral, os primeiros indicadores revelam uma ligeira mudança de dinâmica relativamente a anos anteriores, com mais profissionais dispostos a mudar de emprego (79%) e menos empresas com intenções de recrutar (75%). A diferença mais considerável está do lado dos empregadores, com uma quebra de 7 pontos percentuais relativamente ao ano anterior, mas ainda assim muito longe dos números desanimadores do período de instabilidade económica registados entre 2011 e 2014. Temos testemunhado que as intenções de recrutamento das empresas são bastante positivas para um ano em que a maioria dos empregadores receava a situação económica do país.
Os profissionais da área Comercial, de Tecnologias da Informação e de Engenharia continuam a liderar a lista dos mais procurados pelos empregadores a nível nacional. Perfis de Marketing e Comunicação permanecem com os mesmos valores do ano anterior, seguidos de perfis Administrativos e de Suporte, de perfis de Logística e de perfis de Finanças, todos com quebras pouco consideráveis em relação a 2020.
Marketing e Comunicação, tem vindo a ser mais prioritário nos planos de recrutamento das microempresas e start-ups do que nas grandes empresas nacionais. Também os Comerciais e os Engenheiros estão em maior destaque nas microempresas e start-ups do que nas restantes. Por outro lado, os perfis de Tecnologias da Informação serão a maior prioridade para as grande empresas nacionais, enquanto nas multinacionais os perfis Comerciais serão a principal aposta dos empregadores.
Podemos destacar como competências mais procuradas pelos empregadores, a capacidade de trabalho em equipa, ética e valores e a orientação para o cliente. A capacidade de adaptação, atenção ao detalhe e perfil de liderança também são características importantes. A destacar ainda que, tendo em conta que estamos num mercado cada vez mais global, os conhecimentos de idiomas são importantes e incontornáveis – o Inglês, o Castelhano, o Francês e o Alemão são alguns dos idiomas mais procurados.
Em termos de poder negocial, a pandemia fixou dois extremos: as funções como as ligadas ao setor do turismo que viram o seu poder negocial reduzir bastante, devido à forte crise que o setor atravessou com a pandemia. E, por outro lado, temos mercados que são, claramente, “liderados” pelos candidatos – são funções que, pela elevada procura e pouca oferta, viram o seu pacote salarial e poder de negociar subir consideravelmente. São estas funções ligadas a IT, digital, engenharia informática/automóvel.
Em termos de benefícios mais valorizados, o fator salário não perdeu relevância na negociação da proposta de emprego. No entanto, podemos destacar outros benefícios que têm também sido bastante valorizados por parte dos profissionais, entre eles: planos de progressão carreira, a flexibilidade de horários para um maior equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, prémios de desempenho, planos de formação ou a inovação tecnológica da empresa, são alguns exemplos.
Carlos Maia
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